domingo, 2 de outubro de 2011

Imprensa oficial chinesa faz fortes críticas aos EUA

PEQUIM (Reuters) - A agência de notícias oficial da China fez duras críticas neste domingo aos esforços de legisladores norte-americanos para pressionar a política cambial chinesa.

"Isso se tornou uma prática comum - quando a economia (dos EUA) está desacelerada, sempre que uma eleição está chegando, surgem vozes por todas as partes dos Estados Unidos pedindo o aumento do renminbi", disse a Xinhua, referindo-se ao yuan pelo seu nome oficial.

As observações foram veiculadas um dia antes de o Senado dos EUA decidir se adota uma legislação que vai permitir às empresas buscarem direitos compensatórios contra países com moedas desvalorizadas, o que poderia ser considerado um subsídio injusto.

Legisladores dos EUA afirmam que a China desvaloriza sua moeda entre 25 por cento a 40 por cento, dando aos produtos chineses uma concorrência desleal e vantagens em mercados globais, resultando em milhões de desempregados.

A Xinhua disse em seu comentário o único elemento "inovador" no projeto de lei foi ligar a "manipulação cambial" diretamente a "subsídios comerciais", tornando mais fácil para as empresas norte-americanas travarem uma guerra comercial com a China.

"A corrida para a eleição presidencial dos EUA foi intensificada, e a taxa de câmbio do yuan é agora, mais uma vez, o alvo", afirmou a Xinhua, concluindo que "as opiniões dos defensores do projeto de lei são coniventes e superficiais."

Publicada em 02/10/2011

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/mat/2011/10/02/imprensa-oficial-chinesa-faz-fortes-criticas-aos-eua-925488771.asp#ixzz1Ze8P6uE2 

Colômbia proíbe atividade petroleira perto de ilhas caribenhas

BOGOTÁ, 1o de outubro - O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, disse neste sábado que o país andino não irá conceder contratos para a produção e exploração petróleo próximos ao arquipélago San Andres, importante destino turístico e de biodiversidade.

Companhias petroleiras no quarto maior produtor de petróleo da América Latina tiveram problemas no último ano com licenças ambientais e protestos por parte de comunidades, ainda que o país continue arrecadando bilhões de dólares em investimentos.

"Eu quero dar a todos os habitantes de San Andres de Providencia essa notícia e a segurança de que não haverá exploração ou produção", disse Santos.

"Eu estudei isso em profundidade com os ministros do Meio Ambiente e de Energia... a conclusão a que chegamos após estudar com especialistas de ambos os lados é a de que não vamos permitir que (os contratos) sejam assinados", disse Santos em discurso semanal.

No ano passado, a Ecopetrol e a espanhola Repsol-YPF ganharam os contratos para explorar o potencial petrolífeiro de San Andres, mas os acordos foram interrompidos pois o governo não consultou as comunidades nem deu tempo às autoridades para analisarem o impacto das atividades petroleiras na ilha.
Estima-se que a costa caribenha da Colômbia tenha grandes reservas de gás natural bem como petróleo, em menor extensão, mas seu setor offshore do país é subdesenvolvido.

A proibição não deve afetar os investimentos em petróleo na Colômbia, onde uma postura pró-investimentos, um ambiente regulador estável e a melhora da segurança após uma ofensiva militar contra insurgentes, com apoio dos EUA, provocaram um boom nos investimentos de petróleo e mineração.
Já visto como um Estado fracassado, focado na guerrilha e na violência das drogas, a Colômbia está lentamente mudando sua imagem, atraindo novos investidores que permitiram que a produção de petróleo atingisse máximas recordes, se aproximando de 1 milhão de barris por dia.

(Reportagem de Nelson Bocanegra e Jack Kimball)


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/mat/2011/10/01/colombia-proibe-atividade-petroleira-perto-de-ilhas-caribenhas-925487497.asp#ixzz1Ze3ljsVG 

Achados arqueológicos em Itaboraí

Descoberta coleção de tesouros no subsolo do Rio

Iphan determina estudo em obras com escavação Faz aumentar em 50% os achados arqueológicos

Rio - Verdadeiros tesouros têm desenterrado parte da história da cidade. Nos últimos cinco anos, aumentou em 50% o número de peças históricas retiradas do subsolo carioca e 210 sítios arqueológicos, locais onde são encontradas os objetos antigos, foram achados. As estatísticas passaram a crescer quando o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) determinou que toda obra com escavação em área do Centro seja precedida de pesquisas arqueológicas.

As descobertas têm sido tantas que o instituto investe em novo centro de arqueologia para expô-las. Orçado em R$ 6 milhões, o espaço, na Praça da República, terá laboratórios, auditório e salão para exposições e deve estar pronto em 5 meses, informou o superintendente do Iphan no Rio, Carlos Fernando Andrade.

Segundo a arqueóloga do Iphan Rosana Najjar, a área submetida à nova regra fica no quadrilátero formado pelos morros da Conceição, de São Bento e dos antigos morros do Castelo e Santo Antônio. “Foi a primeira área colonizada e por isso tem potencial arqueológico alto. É impossível fazer escavação lá e não achar nada”, explicou.

Entre as descobertas, está o cais do Valongo, encontrado em obras do Porto Maravilha a 1,7 m de profundidade. Os vestígios da principal porta de chegada de navios negreiros no século 19 vão virar museu a céu aberto. “O estado de conservação do cais e a sua extensão nos surpreenderam”, revelou a arqueóloga que fez a escavação, Tânia Andrade Lima, do Museu Nacional.

Na Av. Antônio Carlos, a garagem subterrânea Santa Luzia também virou atração depois de localizada parte da Muralha da Prainha, que servia para conter o mar que ia até ali. “Clientes sempre perguntam o significado do muro no meio do estacionamento e tiram até foto”, contou o gerente, Ênio Silva, 50 anos.

Embaixo da Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, na Rua Sete de Setembro, a base de um muro construído pelos portugueses para se protegerem das flechas dos índios foi achada durante obra de restauração em 2007.


De ruínas de vilarejo a ossada

O Centro não é o único lugar com alta concentração de achados arqueológicos. “O litoral e áreas próximas a igrejas, bens tombados e onde existiam aldeias indígenas também têm”, revelou Rosana Najjar.

Na área onde está sendo construído o Complexo Petroquímico do Rio, em Itaboraí, foram encontrados mais de 41 sítios arqueológicos de ruínas do vilarejo de Santo Antônio de Sá: 18 serão desfeitos e os demais, preservados.
Em Paraty, foram achados trilhos de antigo ramal de trem de carga nos fundos de uma casa. E em Cabo Frio, ossada de um membro do povo sambaqui de mais de 2 mil anos foi encontrada no terreno onde será erguido um shopping.

Fonte Jornal O Dia

ANTES TARDE DO QUE NUNCA!!!

Após seis anos, a Prefeitura de Itaboraí irá receber o ressarcimento pelo  descarrilamento de um trem no bairro de Porto das Caixas, que provocou o derramamento de mais de 60 mil litros de óleo diesel em um córrego local, contaminando os rios Aldeia e Caceribu, e atingindo parcialmente a Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim que desemboca na Baía de Guanabara.
A prefeitura, apesar das indagações, não revelou o teor do TAC, sobretudo o valor da indenização e onde será aplicada. Sabe-se, porém, que os recursos deverão ser revertidos na construção de uma ponte na comunidade onde ocorreu o derramamento de óleo. A falta de transparência no caso dá a impressão que o Executivo está escondendo da população, principalmente dos moradores de Porto das Caixas, algo que deveria ser público.
O Termo de Quitação e Obrigações em virtude do desastre ambiental, que aconteceu em abril de 2005, provocado pela referida empresa, que pertence a Vale, foi assinado pela  prefeitura, através da Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo, e o supervisor de relações institucionais e comunicação da Ferrovia Centro Atlântica S.A, Marco Carneiro.
O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi solicitado através de órgãos do governo estadual à FCA, mas a Secretaria do Meio Ambiente e Urbanismo não quis se pronunciar sobre o assunto. De acordo com a Assessoria de Comunicação da prefeitura, o documento é muito extenso e o secretário da pasta não foi encontrado para comentar o assunto.
A Ceca (Comissão Estadual de Controle Ambiental) estipulou em R$ 10 milhões o valor da multa a FCA pelo acidente ambiental em Itaboraí, naquele ano. A decisão foi tomada depois de entendimento entre o governo do estado e o Ministério do Meio Ambiente. Não se sabe, no entanto, se o valor foi acrescido de juros e correção ou mesmo se já foi depositado na conta do município.

Fonte: polopetroquimicodeitaborai.com.br   

sábado, 1 de outubro de 2011

Novo Código Florestal pode deixar 25% da Amazônia sem proteção legal

29 de setembro de 2011



Do Instituto Humanitas Unisinos


A mudança em uma expressão no projeto do novo Código Florestal pode deixar 25% da Amazônia sem proteção legal. O alerta é da equipe coordenada pelo Museu da Amazônia – Musa e de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa. Os cientistas solicitam que as áreas sujeitas a inundações da Amazônia e do Pantanal  sejam tratadas por uma legislação específica. Em agosto, o grupo entregou um pedido de emenda no Projeto de Lei 30/2011, que trata da revisão do Código Florestal.

“A mudança no termo ‘margem média dos rios’, contida no artigo 4º da nova lei, pode deixar até 400 mil km² de floresta sem proteção”, diz Ennio Candotti à IHU On-Line em entrevista concedida por e-mail. Segundo ele, caso as áreas de florestas alagáveis não sejam incluídas nos dispositivos legais que protegem as florestas, “os ecossistemas ficarão fragilizados com graves consequências para as funções biológicas e climáticas das florestas”.

José Antonio de Aleixo da Silva, membro da diretoria da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC, também concedeu entrevista à IHU On-Line sobre as mudanças propostas pelo novo texto do Código Florestal. Para ele, “as dificuldades encontradas nessa discussão são decorrentes da disputa entre agronegócio e ambientalismo. Mesmo com apresentações de nossos resultados realizadas no Congresso (Câmara e Senado), têm prevalecido interesses setoriais que tentam desqualificar nosso trabalho, principalmente com argumentos de que chegamos tarde”.

Ennio Candotti é físico formado pela Universidade de São Paulo – USP e atualmente é professor da Universidade Federal do Espírito Santo e atual presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC.

José Antonio de Aleixo da Silva é graduado em Agronomia pela Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, mestre em Ciência Florestal pela Universidade Federal de Viçosa – UFV-MG e Ph.D em Biometria e Manejo Florestal pela University of Georgia. Atualmente é professor do Departamento de Ciência Florestal da UFRPE.

Confira a entrevista:

A mudança no termo "margem média dos rios", contida no artigo 4º da nova lei, pode deixar até 400 mil km² de floresta sem proteção. Quais prejuízos para a fauna e flora da Amazônia isso pode acarretar?
O Código Florestal em vigor faz referência às margens altas para definir o leito dos rios. O projeto em tramitação desloca essa margem (art 3º inciso IV) para as margens do leito "regular" não definindo o que seria regular. A Secretaria do Patrimônio da União utiliza a margem alta como referência. Isso significa que o deslocamento dessa margem e redução da extensão das propriedades (e responsabilidades) da União (o leito dos rios pertence à União segundo a Constituição Art. 20) reduzirá o Patrimônio da União em muitos bilhões de reais, fragilizará a proteção e a responsabilidade da União sobre essas áreas e, além disso, propiciará movimentos de ocupação e posse de terras que não mais pertenceriam à União.

Na Amazônia, a extensão dessas terras é da ordem de 300 000 km². Trata-se de uma área de floresta alagada de 400 000 km² (que corresponde às áreas entre as margens altas) menos a área entre as margens "regulares", que se estima ser de 100 000 km²). Nem todas as áreas alagadas correspondem a áreas de floresta como, por exemplo, no Pantanal, que são áreas de cerrados. No Rio Grande do Sul há os dois casos: áreas alagadas de floresta e outras correspondentes a biomas diferentes.

Quais resguardos essa área, que equivale ao dobro do tamanho do estado de São Paulo, teria caso fosse garantida a proteção legal?
A proteção ambiental no caso das áreas do Patrimônio da União estaria garantida pela própria propriedade da área de floresta alagável. A essa área deve-se acrescentar uma pequena faixa de 15 metros às margens dos rios, que também é da União. As Áreas de Preservação Permanente deveriam ser medidas a partir dessa faixa marginal aos rios. Não resta dúvida de que o leito do rio deve ser medido entre as margens altas, uma vez que não podemos ter duas linhas de demarcação para o Patrimônio da União: uma para a cheia outra para a vazante. Novamente enfatizo: a questão é muito importante na Amazônia porque a diferença de nível dos rios entre a cheia e a vazante chega a ser de mais de 10 metros na vertical. Em outras partes, essa diferença não chega a ser tão significativa e a margem alta e a "regular" podem estar próximas.

Para quando espera a aprovação da emenda no Projeto de Lei 30/2011 encaminhada em agosto? Que embargos políticos o senhor acredita que podem comprometer essa aprovação e por quê?
Não tenho sinal que a emenda tenha sido considerada pela Comissão de Justiça, onde deveria receber a devida atenção por envolver questões de caráter constitucional. Se isso acontecer, temos ainda a possibilidade de submetê-la à Comissão de Ciência e Tecnologia, uma vez que o termo “margem regular” carece do rigor que se exige em uma linha de referência dessa importância. Por outro lado, consultas técnicas poderão confirmar que boa parte da floresta Amazônica se encontra em áreas alagadas periodicamente. Deve-se lembrar que as árvores, quanto têm suas raízes submersas, pausam a respiração, isto é, deixam de absorver e emitir CO². Por essa razão se acredita que, na Amazônia, as emissões e sequestros de CO² estão em equilíbrio.

O senhor destaca a importância de um tratamento diferenciado para as áreas úmidas do Brasil. Nesse contexto, partindo do princípio de que o Código Florestal é uma instância federal, como restringir o uso dessas áreas às comunidades tradicionais?
A sua atuação deveria ser regulamentada através de Portarias elaboradas pelos organismos competentes, de acordo com o conhecimento científico à disposição. Em todo caso, deve-se garantir às comunidades tradicionais e aos pequenos agricultores que seja permitido o plantio e a colheita nessas áreas. Elas têm sido dadas em concessão a estas comunidades, preservando à União a propriedade.

Caso as áreas de florestas alagáveis não sejam incluídas nos dispositivos legais que protegem as florestas, que reflexos ecológicos, biológicos e econômicos isso pode acarretar?
Creio que os ecossistemas ficarão fragilizados com graves consequências para as funções biológicas e climáticas das florestas. A precipitação é a principal fonte de água na bacia amazônica; cerca de 50% dessa precipitação depende da evaporação e da transpiração da cobertura vegetal. Por outro lado, cerca da metade da precipitação incidindo na bacia é transformada em descarga, indo primeiramente para os pequenos riachos, os igarapés. A trama de pequenos igarapés da bacia amazônica alimenta os grandes rios com seu fluxo de água de diferentes propriedades químicas. Por sua vez, esses igarapés são margeados por florestas que alimentam os organismos aquáticos, mostrando a íntima relação e mútua dependência entre água, floresta e organismos na Amazônia. Devido a diferenças ao longo do ano no volume da precipitação, o nível dos grandes rios flutua sazonalmente com uma amplitude da ordem de 10 metros na Amazônia Central, podendo chegar a quase 15 metros em outras áreas, implicando uma expansão da cheia de quilômetros nas planícies alagáveis marginais e suas florestas.

No pico da fase de águas baixas, as áreas alagáveis podem ser reduzidas a apenas 20% da área total inundada durante o pico das cheias. Contudo, elas contribuem com 30% do balanço total de água do canal principal do rio, pois a capacidade de estocagem das áreas alagáveis, desde que mantidas com suas florestas associadas, é bem superior à do canal principal. Em nenhum outro lugar do planeta são encontradas florestas que toleram períodos de inundação tão longos, de até 270 dias ao ano, como aquelas encontradas nas áreas alagáveis ao longo dos grandes rios amazônicos. Todos os anos, durante as cheias, quando a água invade as margens laterais, as árvores passam a fazer parte dos corpos de água por vários meses, tendo suas raízes, troncos ou mesmo as copas inteiramente recobertas pela água dos rios associados. Essa vegetação é adaptada a tal situação de inundação, compondo florestas únicas no mundo, com a maior biodiversidade registrada para esses ambientes (mais de 1000 espécies).

A vegetação das florestas alagáveis é também de capital importância para o desenvolvimento e manutenção da biodiversidade amazônica, oferecendo alimento e habitat para vários animais, como peixes, macacos e pássaros. Além disso, um número muito grande de invertebrados terrestres vive permanentemente nas copas das árvores da floresta ou migra para elas no intuito de escapar às inundações. As áreas de florestas alagáveis devem ser incluídas nos dispositivos legais que protegem as florestas, uma vez que a sua devastação ou sua retirada massiva trarão reflexos negativos imediatos à estrutura física e integridade dos processos ecológicos dos ambientes alagáveis, como também à diversidade biológica de toda a região amazônica.
As implicações de alterações dessa natureza irão se refletir diretamente nos ciclos climáticos e na redução dos múltiplos recursos naturais explorados pelas populações humanas locais, com reflexos negativos na economia e no abastecimento dos maiores centros urbanos na Amazônia.

Qual o papel político da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC e da Academia Brasileira de Ciências – ABC em relação ao Código Florestal?
O papel político da SBPC e da ABC nessa discussão do Código Florestal é, fundamentalmente, mostrar ao Congresso Nacional que a ciência e tecnologia disponíveis na atualidade devem ser consideradas na elaboração de um instrumento legal eficiente, pois um código que trata das relações entre economia, meio ambiente e sociedade não pode ser tendencioso. Isto é, se não houver equilíbrio entre as partes consideradas, o grande perdedor será o país, pois poderá ser um grande produtor de alimentos causando sérios danos ambientais, ou um país relativamente protegido ambientalmente, mas com falta de alimentos para a população. O equilíbrio é fundamental e a ciência e a tecnologia mostram onde é possível encontrar esse equilíbrio, mantendo-se o elevado nível de produtividade agrícola com sustentabilidade ambiental e social.

A comunidade científica se omitiu em relação à discussão atual do Código Florestal? Quais dificuldades encontradas nessa discussão, uma vez que ela abrange diversos setores da sociedade e do governo?
Desde o primeiro Código Florestal, promulgado pelo decreto 23.793, de 23 de janeiro de 1934 e, posteriormente, a lei 4.771 de 15 de setembro de 1965, houve participação da comunidade científica, que usou o que se tinha disponível nas épocas em termos de ciência e tecnologia. O país cresceu, a ciência e tecnologia avançaram muito e a reformulação do Código Florestal se faz necessária, para se ajustar às condições atuais.

No processo de discussão da reformulação do Código Florestal, as entidades científicas SBPC e ABC não foram consultadas. A organização de um grupo de trabalho foi uma demanda da própria comunidade científica, e como resultado houve a formação de tal grupo em junho de 2010. Após estudos profundos, foi publicado o livro O Código Florestal e a ciência. Contribuição para o diálogo”, lançado em Brasília e entregue a todos os congressistas.

As dificuldades encontradas nessa discussão são decorrentes da disputa entre agronegócio e ambientalismo. Mesmo com apresentações de nossos resultados realizadas no Congresso (Câmara e Senado), têm prevalecido interesses setoriais que tentam desqualificar nosso trabalho, principalmente com argumentos de que chegamos tarde. O fato é que não fomos convidados. Não estamos defendendo o ambientalismo nem o agronegócio, como algumas pessoas afirmam. Achamos que, para se construir um instrumento legal que possa ser Código Florestal, ambiental ou da biodiversidade como muitos defendem, há necessidade de mais tempo para incluir toda a ciência e tecnologia no documento. Infelizmente são poucos representantes no Congresso que concordam com essa posição. A disputa é mais forte do que a racionalidade e isto é muito ruim para o país.

Quais são os pontos do Código Florestal que mais geram divergências para aprovação da mudança?
Na realidade, os pontos que mais geram disputas são de caráter jurídico no que diz respeito à ilegalidade de muitos produtores agrícolas ou da utilização de áreas com produção agrícola em Áreas de Preservação Permanente. Também a possibilidade dos estados terem legislações próprias tem gerado muita controvérsia. Anistia a quem desmatou ilegalmente também é muito criticada pelos movimentos ambientalistas, embora o setor do agronegócio fale que tal anistia não existe. O que realmente falta é bom senso para um acordo entre as partes. Se ambas cederem nos limites possíveis, o Brasil vai construir um instrumento legal equilibrado. Se o acordo não ocorrer, todos sairão perdendo.

Fonte: Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra 

Policiais civis protestam por melhorias

 30/9/2011 


Cerca de mil policiais civis fizeram uma manifestação nesta quinta-feira(29), no Centro do Rio, para reivindicar a reestruturação do sistema de trabalho, melhorias no plano de cargos e salários e regime de dedicação exclusiva sem restrição para os agentes. Os policiais ocuparam as escadarias da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro(Alerj) e se juntaram a integrantes do Corpo de Bombeiros.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro (Sindpol), Carlos Gadelha, as reivindicações dos agentes têm o aval da chefia de Polícia Civil e da Secretaria de Segurança Pública, aguardando apenas que o governador Sérgio Cabral se manifeste a favor da reivindicação da classe.

O Ministério Público do Rio de Janeiro instaurou um inquérito civil público no qual atribui ineficiência dos serviços de investigação prestados pela instituição.

Fonte O São Gonçalo

Fronteiras Abertas da América Latina

27/09/2011

Por Rafael Balseiro Zin
Quando centenas de sociólogos e pesquisadores de diversas áreas das ciências humanas de toda a América Latina se reúnem para debater uma série de estudos e pensamentos críticos a respeito daquilo que nos configura enquanto “nós”, o que se pode esperar? Pois foi justamente o que ocorreu entre os dias 06 e 11 de setembro, no campus da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, em Recife, durante o XXVIII Congresso Internacional da Associação Latino-Americano de Sociologia – ALAS.
Criada em 1951, a ALAS completou 60 anos de trabalho ininterrupto em 2011. Ao longo desse período, constituiu-se como uma das maiores referências para o pensamento crítico latino-americano. E é com esse espírito que a ALAS adentra o século XXI entendendo que este se apresenta como um grande desafio para a América Latina, enquanto agente transformadora e de suma importância para a contribuição e para a organização de um planeta “mais equitativo, justo e plural”.
A compreensão do significado da América Latina na atual conjuntura política, econômica e social não é tarefa simples e convida à reflexão a comunidade de pensadores sociais ao lhes propor revisões de seus paradigmas. Todo o esforço, portanto, se dá na busca pela superação dos conceitos que historicamente são pautados por atavismos nocionais que pouco ajudam à compreensão dos processos híbridos, das liminaridades, das tensões, das fronteiras ou mesmo das criações que têm seu lugar em um continente que não se explica unicamente por meio das velhas certezas secularmente consagradas.
Com essa convicção, no primeiro dia de trabalho, teve destaque na programação a conferência de abertura proferida pelo sociólogo e cientista político Emir Sader, com o tema “Pensamento crítico e hegemonia alternativa” e uma celebração aos 40 anos do Movimento Armorial, com uma homenagem ao ilustre Ariano Suassuna, realizada pelo governador de Pernambuco Eduardo Campos.
O evento reuniu em Recife grandes nomes da sociologia latino-americana. Entre eles destacam-se críticos como Nora Garita (Costa Rica), Luis Tapia (Bolívia), Ines Izaguirre (Argentina) e Raquel Sosa (México). Mais de 6000 resumos de pesquisas foram inscritos nos 28 eixos temáticos dos Grupos de Trabalho. Durante a programação ocorreram também diversas conferências, entre outras atividades, tais como mesas-redondas, fóruns, lançamentos de livros e mostras culturais. Durante os cinco dias de congresso, aconteceram de 7 conferências internacionais, 48 mesas-redondas, mais de 4.500 apresentações de trabalhos individuais, além de 5 mostras de filmes e 20 fóruns planetários.
Levando em consideração que a América Latina está cada vez mais imersa nesse cenário de grandes mudanças do Século XXI, pode-se afirmar que a ALAS assume um papel de destaque nesse debate na medida em que sua tradição constitui o próprio aval necessário para se promover o novo pensamento crítico nas diversas linhas de ação e reflexão.
Como sugere a organização da entidade, ainda há muito que se fazer para nos percebermos como “nós”, latinos, e favorecer a ampliação do leque de atores e pesquisadores que interrogam a América Latina. Há desafios importantes para se avançar numa práxis teórica renovadora que articule o pensamento e a ação, que coordene as instituições sociais, políticas, culturais, artísticas, econômicas e jurídicas com vistas à produção de um pensamento democrático e plural contemplando o local, o nacional, o pós-nacional, transnacional e suas metamorfoses.

Rafael Balseiro Zin é estudante de Sociologia e Política na Escola de Sociologia e Política de São Paulo e pesquisa as dissonâncias, ressonâncias e reverberações entre as diversas políticas culturais nacionais, regionais e locais.

Pitching: Inscrição para a série Nova África termina dia 6 de outubro

Não deixe de concorrer para a nova temporada

Os produtores independentes têm até o dia 6 de outubro para fazer inscrições ao concurso ( pitching) de produção de programas jornalísticos da segunda série intitulada “Nova África”. O objetivo do edital, lançado pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), no dia 22 de agosto, é selecionar a melhor produção composta por 26 episódios, de 26 minutos de duração cada um. Serão consideradas válidas apenas as inscrições entregues até às 18h, na sede da EBC, em Brasília.

Os programas deverão retratar a realidade de pelo menos 30 dos 52 países africanos. Com a série, a TV Brasil procura tornar a África mais conhecida dos brasileiros, apresentando, debatendo e explicando a realidade do continente. O vencedor do concurso firmará um contrato de coprodução com a EBC/TV Brasil, que pagará R$ 92 mil por episódio. O valor global do contrato será, portanto, de R$ 2.392.000,00 (dois milhões, trezentos e noventa e dois mil reais).

A inscrição se dará mediante o efetivo recebimento dos envelopes, contendo o projeto técnico e a documentação de habilitação, no protocolo da EBC. Não serão permitidas apresentações de quaisquer adendos ou alterações nos documentos entregues.

A primeira temporada do Nova África, exibida em 30 episódios pela TV Brasil em 2009, foi produzida pela Baboon Filmes, vencedora de licitação na modalidade técnica e preço. Naquela época, a EBC ainda não havia instituido a modalidade concurso, mais conhecida no mercado audiovisual como Pitching. Os concursos da EBC ocorrem em duas fases. Na primeira, os participantes se inscrevem e apresentam projetos técnicos. Uma comissão avaliadora seleciona dez finalistas que apresentam, na segunda fase, em sessão aberta e pública, à comissão avaliadora, um registro audiovisual (promo, piloto, mini-piloto e semelhantes) da proposta e uma defesa oral do projeto.

O Pitching Nova África será conduzido por uma comissão especial de licitação criada, por portaria da diretora-presidente da EBC, Tereza Cruvinel, com esta finalidade exclusiva. A comissão é presidida pelo gerente da Diretoria de Jornalismo, Jadislan Batista Aguiar, que tem ainda como representante o jornalista Eurico Tavares. Dela participam também Fabrício Guimarães Madruga, André Luiz Alvarenga Calandrine, Maria Celeste Vicente e Francisco de Assis Rodrigues Fróes.

A modalidade Concurso/Pitching foi desenvolvida como instrumento preferencial para garantir, de forma democrática e transparente, a participação dos produtores audiovisuais independentes na programação da televisão pública.

Mais informações estarão disponíveis, durante toda a duração do concurso, no site http://www.tvbrasil.org.br/
Caso os interessados não possam entregar pessoalmente seus projetos, devem encaminhar os mesmos para a Comissão Especial de Licitação do concurso nº 001/2011, na sede da EBC . O endereço é  SCS Quadra 08, Edifício Super Center Venâncio 2.000, Bloco “B-50”, 1º subsolo,  CEP.: 70.333-900.

Calendário:


Período de inscrições
23/08 a 06/10
Sessão Pública de Abertura dos Invólucros de Habilitação
07.10.2011
Divulgação do Resultado Final da Habilitação
31.10.2011
Sessão Fechada de Pré-Seleção
09.11.2011
Divulgação do Resultado Final da Pré-Seleção
01.12.2011
Realização de sessão pública de defesa oral
08.12.2011
Divulgação do Resultado Final do Concurso
28.12.2011