quarta-feira, 24 de julho de 2013

‘Francisco reforma a figura do papa’, diz Boff

Expoente da Teologia da Libertação envia seu livro ao Santo Padre e tem à frente uma possível reconciliação


RIO - Leonardo Boff, o personagem mais identificado com a dissidência à esquerda da Igreja católica, recebeu um recado do Papa: ele quer ler seu livro. Encantado, o teólogo já enviou à Arquidiocese do Rio o presente para Francisco e pode até encontrá-lo na cidade. Se isso acontecesse, seria o fim de uma polêmica que fez mal à imagem da Igreja: por discordar do pensamento único do Vaticano, Boff foi obrigado a ficar em silêncio. Agora, está entusiasmado.


Por que o Papa Francisco mudou sua avaliação?
Ele se mostra como um pastor. Assume as virtudes de São Francisco, que são a pobreza, a humildade e a proximidade com o povo. Isso nos dá muita esperança.

Vai se encontrar com o Papa?
Ele quer receber meu livro. Mandou essa mensagem por uma amiga. Eu já entreguei a obra ao arcebispo do Rio e espero que o Papa receba. Se ele quer me ver ou não, deixo em aberto.

Mas vai participar dos eventos da Jornada Mundial da Juventude?
Dos quatro dias em que o Papa estará no Rio, vou estar fora por dois. Há muitos meses aceitei convite para falar para dois mil estudantes em Santa Catarina e 1.500 em São Paulo. Não posso desmarcar. Por isso, vou acompanhar pela TV. No domingo, dia 28, estarei aqui.

De concreto, o que mudou nesses quatro meses de papado?
O mais concreto é a reforma do papado, não a reforma da Cúria. Estávamos habituados àquela imagem do papado quase imperial, do papa como Sua Santidade, no Palácio Pontifício. Aí vem alguém do Grande Sul, onde vivem 62% dos católicos, onde estão a grande pobreza e a miséria da humanidade, e traz uma experiência nova de igrejas que não são mais reflexos das europeias, de igrejas que têm formas diferentes de viver junto à fé. Ele reforma a figura do Papa. Nossos bispos não são autoridades eclesiásticas de costas para o povo, são pastores, que andam no meio do povo. Francisco vive numa casa de hóspedes, come com todo mundo, dispensa todos os símbolos e instrumentos do poder — carro especial, roupa própria de quem tem a suprema autoridade — e nem quer ser chamado de Sua Santidade. Diz que é irmão entre irmãos. Ele renova a imagem do papa. Não a dessacraliza. Dá à Igreja um contorno que é mais conforme a São Francisco, Pedro e Jesus.

Espera um ato de reconciliação com pessoas que, como o senhor, tiveram vozes discordantes?
Acho que enquanto o Papa demissionário anterior viver, ele não vai fazer uma reconciliação e um resgate desses teólogos. Mas, quando estiver sozinho, vai resgatar os 500 teólogos cujas cabeças foram decepadas. Acho que esse Papa é capaz de desmontar essa máquina de controle e punição e deixar isso às igrejas locais. A Igreja não é uma coisa uniforme. É a primeira grande instância mundial, que está em várias culturas. Não pode ser só uma Igreja ocidentalizada e romanizada. Tem que ser uma Igreja com caráter africano, latino-americano, indígena. Ele vai favorecer esse enraizamento das igrejas nas culturas locais. E, por isso, a importância dos teólogos é forte. Eles dão as boas razões, fazem as correções e as críticas...

O Papa vai enfrentar a queda do número de católicos, mas é contra gays, divórcio, contracepção...
Até agora, o Papa não se pronunciou sobre essas questões. A gente sabe que, como cardeal em Buenos Aires, representava a doutrina comum, mais conservadora. Havia uma razão: com os dois papas anteriores, nem os cardeais nem os teólogos podiam discutir essas questões: a moral sexual, o celibato e a forma de poder absolutista dos papas. Acho que esse Papa, embora possivelmente mantenha posições mais tradicionais, vai permitir uma ampla discussão. Dias atrás disse que não aceitava o padre que não quis batizar o filho de uma mãe solteira. Disse que não existe mãe solteira, mas mãe e filho. A Igreja não pode fechar as portas e negar o batismo, não pode inventar um oitavo sacramento que proíbe receber as pessoas que não se enquadram nas normas. Acho que ele vai abrir a Igreja a essas questões.

Como vai reagir a Cúria?
A Cúria tem mais de mil anos e todos os trejeitos e tramoias do poder que se estabelece como antipoder. Pode tentar frustar o projeto do Papa. Mas ele não é só franciscano, é também jesuíta. Homem da estratégia. Os oito cardeais que nomeou vão fazer junto com ele a Cúria.




segunda-feira, 22 de julho de 2013

Miséria humana e roubalheira política sustentam o Poder!!!

O simbolismo das datas – ao longo da história da humanidade - auxilia a todos nós a refletir sobre acontecimentos diversos e assim poder comemorar em alegria exuberante as conquistas ou chorar em melancolia e tristeza profunda as perdas ou criticar com veemência as omissões e cumplicidades que destroem a dignidade humana ou simplesmente preferir nem conhecimento delas tomar e ponto!

O mês de junho, para o Nordeste especialmente, tem a lindeza das recordações das meninas de tranças - que todas nós do interior já fomos - a pular fogueiras com vestidinhos de todas as flores e a gritar nas quadrilhas juninas... "... olha pró céu meu amor..." ou "... só porque não vem quem tanto eu queria..." e os sorrisos e olhares e suspiros e lágrimas de amor primeiro! Além das muitas atividades articuladas, também neste mês, pelos agentes públicos e movimentos sociais especialmente para datas relacionadas a temas de grande importância nas Políticas Sociais como a Defesa do Meio Ambiente, Erradicação do Trabalho Infantil, Combate à Violência ao Idoso, etc.

Nos festejos juninos digamos que mudou um bocado! As lindas e gigantescas festas, com raras exceções, estão recheadas do propinódromo onde a vigarice política ganha muito dinheiro nos contratos fraudados e consolida poder ludibriando o povão! Setores da elite política bebem todas, cheiram muito pó, conquistam votos e se perpetuam na administração pública ao ritmo de muitas festas e de profunda e triste miséria social. Nas festas da manipulação política - e no consumo desvairado das drogas lícitas ou ilícitas por muitos do povo - está o antídoto perfeito da rebeldia social!

A população, em maioria, rapidamente se esquece da roubalheira política, da indigência social, da miséria humana... se esquece dos que estão nos Hospitais Públicos com feridas fétidas e mergulhados em fezes e urina; das mulheres com terríveis cânceres de mama que mais parecem couve-flor apodrecida e que não conseguem leitos hospitalares nem para mastectomias; dos flagelados das enchentes e das secas nas tendas de calor, sujeira e promiscuidade; das famílias vulneráveis socialmente, penduradas em barracos ou casebres nas encostas, sem conseguir vivenciar a delicadeza do cheiro de terra molhada, pois têm que sair correndo em desespero antes que sejam arrastadas pelas águas... São muitos que se esquecem das crianças cujas infâncias são roubadas para sempre quando utilizadas como mão-de-obra escrava do narcotráfico; das trabalhadoras de educação que ao vivenciar a angústia dos salários ridículos e a violência no cotidiano de trabalho sequer conseguem exercitar a delicadeza em ensinar as lições aos seus filhos; da precariedade extrema das condições de trabalho na segurança pública, na saúde... no campo, na cidade; ...dos filhos assassinados e chorados dia após dia feito o maior dos lamentos das suas mães... Renatinho, Fernando, Alexystaine, Fábio, Giovana, Maria, José... e tantos(as) muitos mais assassinados(as) por serem pobres e pelas mais diversas formas de intolerância, covardia e preconceito.

A desestruturação ou ausência das Políticas Públicas, da máquina estatal, do planejamento e gestão com eficácia e resolutividade, do rigor técnico necessário não é apenas uma demonstração da desprezível mediocridade intelectual, da insensibilidade, da incompetência das Excelências Calhordas... de fato é uma necessidade deles para que se possam perpetuar reinos putrefatos de riqueza roubada e ostentada vulgarmente... é uma necessidade para sobrevivência desses parasitas políticos que continuem consumindo dia após dia a dignidade humana, os talentos infantis, a possibilidade concreta de vida vivida em plenitude!

Os Calhordas da Política precisam que não exista o acesso à educação, conhecimento e cultura para que a maioria continue a ser manobrada e manipulada pelas conveniências dos que compram consciências... eles precisam de um poderoso setor da classe média que tem diploma universitário, mas é acovardado de forma vergonhosa... eles precisam que os serviços de saúde não funcionem para obrigar a pobreza a mendigar desesperados pelo atendimento nos comitês deles... eles precisam que a Esperança seja aniquilada das nossas vidas - todos os dias - para que ao perdê-la eles possam, na sordidez e impunidade, continuar a construir castelos de riquezas conquistadas pelos roubos e medos impostos pelo poder!

Mas... apesar dessa gentalha que está na política para roubar cinicamente, assassinar covardemente, explorar a pobreza friamente e destruir a natureza impunemente... e como mentem! Vamos aproveitar a beleza e alegria das Festas Juninas para renovar as nossas forças, mas sem esquecer as trincheiras em que realmente estamos e das lutas - por ética e justiça social - em que ainda somos os derrotados...por enquanto! Assim... Saudações a quem tem Coragem... Desprezo à Pusilanimidade!

Autora Heloisa Helena
27 de junho de 2011

sábado, 20 de julho de 2013

DOENÇA GRAVE NO HOSPITAL MUNICIPAL DESEMBARGADOR LEAL JUNIOR EM ITABORAÍ!!!


Existe uma doença dentro do Hospital Municipal Desembargador Leal Junior em Itaboraí, ela tem consumido as forças que reestruturariam aquele importante, único, hospital Municipal de Itaboraí. A doença age silenciosamente e quando menos esperamos ela ataca, deixando toda estrutura fragilizada. Sem ter um remédio de pulso firme, ela continua a atacar, os antídotos são pífios, sofrem mutações, e em vez de retirar esta enfermidade ela fortalece ainda mais, tentando ampliar os seus tentáculos dentro da estrutura.

Esta doença atende pelo nome de INASE, uma OS, nome chique que o governo criou para substituir o termo privatização. A INASE recebe todos os meses da prefeitura Municipal de Itaboraí, cerca R$ 5.469.712,79 (Cinco Milhões Quatrocentos e Sessenta e Nove Mil Setecentos e Doze Reais e Setenta e Nove Centavos), ou seja, um total de R$ 65.636.553,48 (Sessenta e Cinco Milhões Seiscentos e Trinta e Seis Mil Quinhentos e Cinquenta e Três Reais e Quarenta e Oito Centavos), todos os anos para administrar a unidade. Alem de todo esse dinheiro, têm também as regalias, como não precisar pagar a conta mensal de luz, por que é isento? Não! A prefeitura é quem paga, todos os meses, o contrato da INASE é uma mãe, e por ai vai.

Vale LEMBRAR, que pessoas não só morrem, por conta de acidentes ou por causas naturais, pessoas também morrem por conta de negligencias administrativas e principalmente por causa de gestões públicas descomprometidas com o nosso povo, para privilegiar empresas financiadoras de campanhas eleitorais.


Ramon Vieira