sexta-feira, 27 de abril de 2012

Delta abandona também a Transcarioca

Delta também desiste da Transcarioca
Empreiteira anuncia saída da obra; Andrade Gutierrez, que faz parte do consórcio, assume lote com 26 quilômetros

RIO E BRASÍLIA. Envolvida no escândalo desencadeado após a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, a Delta Construções deixará também o consórcio responsável pelo projeto da Transcarioca (corredor expresso de ônibus), que ligará a Barra da Tijuca à Ilha do Governador.
A decisão foi anunciada ontem pela prefeitura, um dia após a prisão do ex-diretor da empresa Cláudio Abreu, e de o empresário Fernando Cavendish deixar a direção da empreiteira. Na semana passada, a Delta já desistira do consórcio responsável pela reforma do Maracanã.

Com a saída da construtora da Transcarioca, conforme antecipou anteontem Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO, a Andrade Gutierrez, que também integra o consórcio, vai assumir o lote 1, que corresponde ao trecho de 26 quilômetros entre a Barra e a Penha.

O projeto está orçado em R$ 798 milhões, dos quais, 42% seriam pagos à Delta.
Em nota, a Andrade Gutierrez informou apenas que, "caso se confirmem os tramites legais para a saída da Delta, continuará a cumprir o contrato firmado com a prefeitura". O município disse que o prazo de entrega está mantido: dezembro de 2013. A Delta não comentou o caso.

A saída Delta do consórcio já havia sido informado ao governo estadual na semana passada.
Executivos da Andrade Gutierrez foram ao Palácio Guanabara e comunicaram ao governo a intenção de encerrar a parceria com a Delta no Maracanã e na Transcarioca. A Delta decidiu sair das grandes obras porque está com dificuldade para captar recursos após escândalo envolvendo o ex-diretor no Centro- Oeste Cláudio Abreu. Relatórios da PF mostram que Abreu seria sócio do bicheiro Carlinhos Cachoeira.

No relatório a Delta é apontada como a principal financiadora das empresas fantasmas criadas por Cachoeira.

Coordenadora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a ministra do PlanejamentoMiriam Belchior, disse ontem que o ritmo das licitações de novas obras não será afetado pela CPI do Cachoeira. Tentando descolar o governo dos problemas da Delta, que tem a maioria de contratos do PAC, disse que a situação financeira da empresa não a preocupa. Sobre risco de a Delta ser considerada inidônea, como pediu a Controladoria Geral da União, ou quebrar, a ministra disse: — Se isso vier acontecer (ser considerada inidônea), quando acontecer, vamos analisar o que pode ser feito. (Caso quebre) Isso é um problema da empresa, não do governo — disse. — As licitações (do PAC) vão ser lançadas no prazo previsto.


Fonte:O Globo

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