terça-feira, 13 de maio de 2014

Dom Orani celebra missa de Dia das Mães com desalojados do terreno da Oi

O cardeal Dom Orani Tempesta comentou após a missa desde domingo, na Ilha do Governador, sobre o sequestro do ônibus no sábado, na Avenida Brasil
Foto:  Estefan Radovicz / Agência O Dia


Rio - Na manhã deste domingo o cardeal Dom Orani Tempesta celebrou a missa na paróquia Nossa Senhora do Loreto, em Jacarepaguá, e prestou homenagem pelo dia das mães e solidariedade aos desalojados do Terreno da Oi que estão abrigados nos fundos da igreja. Acampadas em barracas de camping, 209 pessoas constituem um assentamento no local. Após a missa, se dirigiu ao acampamento e foi recebido como uma celebridade no local. Os integrantes chamavam o cardeal para conhecer os locais onde estavam abrigados. Todos queriam a atenção do religioso.
Dom Orani também impactado com o sequestro no ônibus da linha 732 (Mariópolis-Cascadura) na Avenida Brasil, não se absteve em comentar: "Esperamos uma nova sociedade onde haja irmandade e onde possamos viver na alegria. A igreja trabalha pela paz". As mães e todo o assentamento ganharam um bolo da Igreja na data comemorativa. No meio do acampamento, um aparelho de televisão chamava a atenção e reunia muitas crianças ao redor para assistir ao programa "Chaves".


Um dos desabrigados não poupou elogios a Dom Orani. "A igreja tem dado não só a mão e o braço, mas o corpo todo. Dom Orani tem a agenda lotada e mesmo assim veio aqui nos dar uma benção e estar com a gente. Ele foi muito solidário", disse Luiz Fabrício Santos da Cruz. "Senti que ele está realmente preocupado em conseguir um acolhimento para nós", completou.
Segundo Roberto Lopes, padre integrante da comissão responsável pelos desabrigados, no momento estão sendo finalizadas questões referentes à documentação para cadastras todas as pessoas nesta etapa,o que faz parte para solucionar o problema de moradia.
"Uma das principais reivindicações é a moradia. No Rio, são mais de 400 mil sem habitação", disse Lopes. Ele destacou que ali onde estão abrigados, crianças e adultos dormem bem e que onde estavam antes, precisavam estar sempre em estado de alerta. "Agora estão abrigados", completou. Durante esta semana vai ocorrer uma feira de saúde com médicos, psiquiatras, e outras especialidades para atender ao desabrigados, de acordo com Lopes.

Funk e oração

Pela manhã, muitas mães também entraram no ritmo do funk e dançaram em plena orla de Copacabana. Tudo isso para participar das filmagens do videoclipe do funk ‘Dança da Paz’, do grupo de palhaços MusiClowns, que promove ações artísticas em prol de causas humanitárias. “Chamamos mães amigas, mas toda mãe que passar pode participar, basta chegar e aprender a coreografia”, convidava Fernando Dias, idealizador do MusiClowns. A ‘Dança da Paz’ vem reunindo grupos de pessoas que aprendem a coreografia e a letra da música e depois são filmadas. O resultado da performance reunindo anônimos dançando pela paz será publicado nas redes sociais no início do mês que vem. 
Ao fim da tarde, outra celebração religiosa marcou o Dia das Mães. Às 18h, tendo o Cristo Redentor como cenário, o padre Omar Raposo, colunista do DIA , deu uma bênção às Mães SemNome, grupo constituído por mulheres que perderam seus filhos e, unidas, buscam aprender a viver com a nova realidade. “Aqui nós não fazemos culto ao luto. Não estamos juntas para lamentar o que aconteceu, mas, sim, transformar essa dor em algo bom”, disse Sônia Gottgtroy, integrante do SemNome, que reuniu cerca de 150 mães, entre grupos como as Mães de Realengo, da Candelária e Vigário Geral.

Fonte: Jornal O Dia

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