segunda-feira, 19 de maio de 2014

Nada É Impossível De Mudar

Desconfiai do mais trivial ,
na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.

Bertolt Brecht

terça-feira, 13 de maio de 2014

Charge - A saúde do Brasil na beira do abismo

                        A saúde do Brasil na beira do abismo!!!

PAC DE PORTO DAS CAIXAS - REUNIÃO EM BRASILIA




Bom dia fizemos na ultima quarta feira, dia 08 de Abril, uma ocupação no Ministério das Cidades em Brasília, juntamente com o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), movimento extremamente sério que luta e debate o problema da moradia em nosso país, onde já existe um déficit habitacional de quase 7.000.000 (sete milhões) em todo território, como consta dados oficiais do próprio governo.

Tivemos uma reunião com a secretaria Nacional de Habitação Inês Magalhães, onde debatemos a vergonha situação em que se encontra o PAC DE PORTO DAS CAIXAS, o cronograma de entrega das casas já esta absurdamente atrasada e para piorar as obras estão paralisadas a mais de 60 e com todos os trabalhadores demitidos.

A reunião foi muito positiva, tivemos o compromisso do Ministério do RETORNO DAS OBRAS, porem ressaltando a necessidade da prefeitura municipal de Itaboraí e a Caixa Econômica Federal fazerem a sua parte.

Independente do resultado positivo A LUTA CONTINUA, ainda temos muitas coisas pendentes, precisamos garantir o acordo firmado com a prefeitura municipal de Itaboraí de construir o muro no entorno do PAC, onde erradamente não foi incluso dentro do projeto global, a limpeza do valão atrás do mesmo, motivo de fortes alagamentos no local, a entrega de documentos sobre o empreendimento que já estamos solicitando desde janeiro de 2013 entre outras coisas.

A comunidade esta nesta luta a mais de 4 anos e queremos agradecer profundamente a todas as pessoas que tem nos apoiado e ajudado nesta longa luta como o já citado Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), a Deputada Estadual Janira Rocha, a Igreja Nossa Senhora da Conceição (sempre muitíssimo solícitos ao ceder-nos o espaço para nos reunirmos), os militantes Luciano Franklin e Glauco Oliveira, entre muitas outras pessoas, desculpem não cita-las todas aqui. Muito obrigado a todos. A luta continua!!!

Ramon Vieira

Adversidades

Ela era uma garota que vivia a se queixar da vida. Tudo lhe parecia difícil e se dizia cansada de lutar e combater.
Seu pai, que era um excelente cozinheiro, a convidou, certo dia, para uma experiência na cozinha.
Tomou de três panelas, encheu-as com água e colocou cenouras em uma, ovos em outra e pó de café na terceira.
Deixou que tudo fervesse, sem nada dizer. A moça suspirou longamente, imaginando o que é que seu pai estava fazendo com toda aquela encenação.
Tudo fervido, o pai colocou as cenouras e os ovos em uma tigela e o café em outra.
O que você está vendo? Perguntou.
Cenouras, ovos e café, respondeu ela.
Ele a trouxe mais perto e pediu que experimentasse as cenouras. Ela notou como as cenouras estavam macias.
Tomando um dos ovos, quebrou a casca e percebeu que ele estava duro.
Provando um gole de café, a garota sentiu o sabor delicioso.
Voltou-se para o pai, sorriu e indagou:
O que significa tudo isto, papai?
É simples, minha filha. As cenouras, os ovos e o café, ao enfrentarem a mesma adversidade, a água fervendo, reagiram de formas diferentes.
A cenoura entrou na água, firme e inflexível. Ao ser submetida à fervura, amoleceu e se tornou frágil.
O ovo era frágil. A casca fina protegia o líquido interior. Com a água fervendo, se tornou duro.
O pó de café, por sua vez, é incomparável. Colocado na água a ferver, ele mudou a água.
Voltando-se para a filha, perguntou o homem experiente:
Como é você, minha filha? Quando a adversidade bate à sua porta, você reage como a cenoura, o ovo ou o café?
Você é uma pessoa forte, decidida que, com a dor e a adversidade, se torna frágil, vulnerável, sem forças?
Ou você é como o ovo? Delicada, maleável, casca fina que, com facilidade, se rompe. Ao receber as agruras de um desemprego, de uma falência, a morte de um ser querido, um divórcio, se torna dura, inflexível?
Quanto mais sofre, mais obstinada fica, mais amarga se torna, encerrada em si mesma?
Ou você é como o café? Ele muda a água fervente, a coisa que está trazendo a dor, para conseguir o máximo de seu sabor, a cem graus centígrados.
Quanto mais quente a água, mais gostoso se torna o café, deliciando as pessoas com o seu aroma e sabor.
Se você é como o pó de café, quando as coisas vão ficando piores, você se torna melhor e faz com que as coisas em torno de você também se tornem melhores.
A dor, em você, tem o condão de a tornar mais doce, gentil, com capacidade de melhor entender a dor alheia.
Afinal de contas, minha filha, como você enfrenta a adversidade?
*   *   *
A dor pode ser comparada ao instrumental de um hábil escultor.
Com destreza e precisão técnica, ele toma de uma pedra dura como o mármore, por exemplo, e pacientemente a transforma em uma obra de arte, para encanto das criaturas.
A beleza da pedra só aparecerá aos golpes duros do cinzel, na monotonia das horas intermináveis de esforço e trabalho.
Assim como a pedra se submete à lapidação das formas para se tornar digna de admiração, somente os corações que permitem à dor esculpir sua intimidade, adquirem o fulgor das estrelas e o brilho sereno da lua.

PT, PSDB e PSB estimam gastar R$ 500 milhões na campanha eleitoral

Aécio Neves, Dilma Rousseff e Eduardo Campos Foto: Montagem com fotos de arquivo
Aécio Neves, Dilma Rousseff e Eduardo Campos Montagem com fotos de arquivo
SÃO PAULO - Os três principais partidos que disputarão a Presidência da República em outubro (PT, PSDB e PSB) estimam gastar algo em torno de R$ 500 milhões com a campanha eleitoral, quase o dobro do que gastaram em 2010 (R$ 266 milhões). Se repetirem a estrutura de arrecadação de 2010, a maior parte desse dinheiro — de 70% a 90% — deve vir de empresas e grandes empreiteiras.
Em 2010, Dilma Rousseff (PT) arrecadou R$ 135 milhões, dos quais 92% com doações de empresas e apenas 8% com doações de pessoas físicas. José Serra (PSDB) arrecadou R$ 106 milhões, sendo 73% de doações de empresas e 27% de pessoas físicas. Já Marina Silva, então no PV, arrecadou R$ 24 milhões, dos quais apenas 36% junto a empresas — a maior parte do dinheiro da campanha veio do empresário Guilherme Leal, da Natura, que doou R$ 11,9 milhões. Agora, ela é pré-candidata a vice de Eduardo Campos (PSB).
Como as empresas bancam a maior parte das despesas com campanhas, os partidos estão preocupados com a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal (STF) concluir a votação da medida que acaba com doações de empresas para os partidos. Todos torcem para que a medida não vigore para esta eleição, já que faltam apenas cinco meses para o pleito, e os partidos não teriam como arrumar alternativas para bancar os gastos milionários de uma campanha eleitoral.
Segundo o PSDB, o partido pode gastar pelo menos R$ 200 milhões. O PSB estima gasto de R$ 150 milhões. E o PT fala praticamente no mesmo valor que investiu em 2010 para eleger Dilma, algo em torno de R$ 150 milhões atualizados. O PT disse que, se o Supremo proibir doações de empresas para as campanhas, o partido vai apelar para o dinheiro dos militantes. Já PSB e PSDB esperam que a medida vigore apenas para eleições futuras, pois ninguém se programou para ter arrecadação alternativa. Dizem que há campanhas que já começaram a fazer contatos com doadores.
O STF já aprovou, por seis a um, o fim das doações de empresas para campanhas eleitorais em votação feita em 2 de abril, mas ainda não implementou a medida porque o ministro Gilmar Mendes pediu vistas e suspendeu a sessão que homologaria a decisão. O processo ainda está com o ministro relator Luiz Fux e nem foi para as mãos de Gilmar. Ele não tem prazo para apresentar novamente o projeto ao plenário do STF. Mas a expectativa é que o faça até julho. O plenário do Supremo precisa concluir a votação e dizer se o fim das doações de empresas vale para esta eleição ou para as próximas.
Até agora, seis ministros já votaram a favor de proibir doações de empresas para campanhas eleitorais (Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Roberto Barroso, Dias Tofolli, Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski). O ministro Teori Zavascki votou contra. Esse placar já garante a aprovação da matéria, embora ainda falte concluir o processo de votação e detalhar como a medida será implementada.
O PT concorda com a decisão do STF de acabar com o financiamento de empresas privadas às campanhas eleitorais, mas acha que os ministros devem estabelecer regras para o que deve se colocar no lugar.
— Temos que ter alternativas de financiamento das campanhas. O PT defende o financiamento público. A democracia brasileira tem um custo. Hoje, o modelo de financiamento por parte de grandes empreiteiras tem mostrado que corrompe e distorce a democracia. Se não der para se implantar o financiamento público já nesta eleição, que se faça para a próxima, mas temos que desmontar esse mal que afeta a política brasileira — disse o deputado José Guimarães (CE), vice-presidente nacional do PT.
Legendas sofreriam “colapso”
O tucano Marcus Pestana (PSDB-MG), muito próximo ao pré-candidato Aécio Neves, diz que, com a votação do Supremo suspensa, tudo indica que a medida não vai vigorar para a eleição de outubro.
— Não se pode fazer uma mudança dessa magnitude a cinco meses da eleição, porque levará os partidos políticos ao colapso. Sem o financiamento das empresas, os partidos não têm condições de colocar as campanhas na rua. Na verdade, o STF está agindo no vácuo deixado pelo Congresso, que não conseguiu votar a reforma política. Por isso, está havendo a judicialização do processo. Mas não basta agora mexer só no financiamento das campanhas: precisamos também de uma reforma política que mude todo o sistema eleitoral — afirmou Pestana.
PT cogita recorrer à militância
Para o deputado tucano, as campanhas eleitorais têm custos milionários — o PSDB estima gastar pelo menos R$ 200 milhões —, e isso precisa ser alterado com a reforma política. Nos Estados Unidos, na Inglaterra, em Portugal e na Espanha, por exemplo, o financiamento do sistema político é feito por doações de pessoas físicas pela internet. Nos EUA, quase todo o dinheiro é arrecadado junto aos eleitores, enquanto no Brasil apenas 3% do total foram arrecadados junto a pessoas físicas na última eleição presidencial, em 2010.
— Não acredito que o ministro Gilmar Mendes ou o STF coloque o assunto em pauta novamente até as eleições. Acho que o bom senso manda que a medida valha só para a eleição de 2016. Esse é um imperativo da realidade — avaliou o tucano.
José Américo Dias, secretário nacional de Comunicação do PT, acha que, se o STF decidir que a medida valerá para as eleições deste ano, o partido vai se adaptar à legislação.
— Apelaremos para a nossa militância. O PT tem muitos simpatizantes. Faremos a arrecadação junto a eles — explicou Américo.
Ele não concorda, porém, com o fato de a medida do STF passar a valer já para a eleição de 2014:
— Acho que ela estimularia o caixa dois. Fazer valer para este ano seria um casuísmo — disse o petista, lembrando que nenhuma alteração da legislação eleitoral pode ser feita no mesmo ano da eleição. — Mas, se a lei for implementada e valer para todo mundo, vamos nos adaptar.
O petista diz que o partido está fazendo de tudo para reduzir os gastos com a campanha da reeleição da presidente Dilma Rousseff.
— O PT gastou R$ 135 milhões na eleição da Dilma, e nossa meta é gastar agora algo em torno disso. Estamos fazendo um esforço grande para baratear custos — afirmou o secretário nacional de Comunicação do partido.
Sem arrecadação individual
O tesoureiro nacional do PSB, Márcio França, considera “ridículo” se o STF fizer valer a proibição de doação de empresas para este ano.
— Sem dinheiro das empresas para a campanha deste ano, não tem campanha eleitoral. Ninguém se programou para fazer uma arrecadação individual, junto a militantes. Acho que pode valer para as próximas eleições. Além do mais, há a premissa de que não se muda legislação eleitoral dentro do próprio ano das eleições. Essa medida só favorece o PT, que já começou a arrecadação junto a empresas e que, por estar no governo, tem maior poder de fogo na coleta de recursos — disse França.
O PSB estima gastar nesta eleição em torno de R$ 150 milhões. Desse total, pelo menos R$ 20 milhões vão apenas para pagar gastos com publicitários e custos com os programas de TV. O Fundo Partidário, de R$ 1 milhão, mal cobre gastos essenciais de uma campanha, disse outro pessebista.
Fonte: Jornal O Globo

Poema - Perguntas De Um Trabalhador Que Lê

Quem construiu a Tebas de sete portas?
Nos livros estão nomes de reis.
Arrastaram eles os blocos de pedras?
E a Babilônia várias vezes destruída -
quem a reconstruiu tantas vezes? Em que casas
da Lima dourada moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha da China ficou pronta?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.
Quem os ergueu? Sobre quem
triunfaram os Césares? A decantada Bizâncio
tinha somente palácios para seus habitantes? Mesmo na lendária Atlântida,
os que se afogavam gritavam por seus escravos
na noite em que o mar a tragou.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?

César bateu os gauleses.
Não levava sequer um cozinheiro?
Filipe da Espanha chorou quando sua Armada
naufragou. Ninguém mais chorou?
Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu além dele?

Cada página uma vitória.
Quem cozinhava o banquete?
A cada dez anos um grande homem.
Quem pagava a conta?
Tantas histórias.
Tantas questões.

Dom Orani celebra missa de Dia das Mães com desalojados do terreno da Oi

O cardeal Dom Orani Tempesta comentou após a missa desde domingo, na Ilha do Governador, sobre o sequestro do ônibus no sábado, na Avenida Brasil
Foto:  Estefan Radovicz / Agência O Dia


Rio - Na manhã deste domingo o cardeal Dom Orani Tempesta celebrou a missa na paróquia Nossa Senhora do Loreto, em Jacarepaguá, e prestou homenagem pelo dia das mães e solidariedade aos desalojados do Terreno da Oi que estão abrigados nos fundos da igreja. Acampadas em barracas de camping, 209 pessoas constituem um assentamento no local. Após a missa, se dirigiu ao acampamento e foi recebido como uma celebridade no local. Os integrantes chamavam o cardeal para conhecer os locais onde estavam abrigados. Todos queriam a atenção do religioso.
Dom Orani também impactado com o sequestro no ônibus da linha 732 (Mariópolis-Cascadura) na Avenida Brasil, não se absteve em comentar: "Esperamos uma nova sociedade onde haja irmandade e onde possamos viver na alegria. A igreja trabalha pela paz". As mães e todo o assentamento ganharam um bolo da Igreja na data comemorativa. No meio do acampamento, um aparelho de televisão chamava a atenção e reunia muitas crianças ao redor para assistir ao programa "Chaves".


Um dos desabrigados não poupou elogios a Dom Orani. "A igreja tem dado não só a mão e o braço, mas o corpo todo. Dom Orani tem a agenda lotada e mesmo assim veio aqui nos dar uma benção e estar com a gente. Ele foi muito solidário", disse Luiz Fabrício Santos da Cruz. "Senti que ele está realmente preocupado em conseguir um acolhimento para nós", completou.
Segundo Roberto Lopes, padre integrante da comissão responsável pelos desabrigados, no momento estão sendo finalizadas questões referentes à documentação para cadastras todas as pessoas nesta etapa,o que faz parte para solucionar o problema de moradia.
"Uma das principais reivindicações é a moradia. No Rio, são mais de 400 mil sem habitação", disse Lopes. Ele destacou que ali onde estão abrigados, crianças e adultos dormem bem e que onde estavam antes, precisavam estar sempre em estado de alerta. "Agora estão abrigados", completou. Durante esta semana vai ocorrer uma feira de saúde com médicos, psiquiatras, e outras especialidades para atender ao desabrigados, de acordo com Lopes.

Funk e oração

Pela manhã, muitas mães também entraram no ritmo do funk e dançaram em plena orla de Copacabana. Tudo isso para participar das filmagens do videoclipe do funk ‘Dança da Paz’, do grupo de palhaços MusiClowns, que promove ações artísticas em prol de causas humanitárias. “Chamamos mães amigas, mas toda mãe que passar pode participar, basta chegar e aprender a coreografia”, convidava Fernando Dias, idealizador do MusiClowns. A ‘Dança da Paz’ vem reunindo grupos de pessoas que aprendem a coreografia e a letra da música e depois são filmadas. O resultado da performance reunindo anônimos dançando pela paz será publicado nas redes sociais no início do mês que vem. 
Ao fim da tarde, outra celebração religiosa marcou o Dia das Mães. Às 18h, tendo o Cristo Redentor como cenário, o padre Omar Raposo, colunista do DIA , deu uma bênção às Mães SemNome, grupo constituído por mulheres que perderam seus filhos e, unidas, buscam aprender a viver com a nova realidade. “Aqui nós não fazemos culto ao luto. Não estamos juntas para lamentar o que aconteceu, mas, sim, transformar essa dor em algo bom”, disse Sônia Gottgtroy, integrante do SemNome, que reuniu cerca de 150 mães, entre grupos como as Mães de Realengo, da Candelária e Vigário Geral.

Fonte: Jornal O Dia

As empresas mandando na política

Funciona mais ou menos assim: empresas bilionárias financiam campanhas milionárias. Deputados eleitos pagam essa conta aos pouquinhos, atuando no Congresso em prol de maiores lucros a essas empresas. O interesse público vai pras cucuias. É por isso que o fim do financiamento empresarial de campanhas é medida urgente. Esta semana, mais dois casos entraram no hall dos exemplos cotidianos que confirmam isso. 
 
Na semana passada, deputados aprovaram um dos projetos de lei mais absurdos e irresponsáveis dos últimos tempos: motoristas profissionais poderão ter jornada de trabalho de até 12 horas, o que não apenas retira direitos do trabalhador, como aumenta o risco de acidentes nas estradas e nas cidades. A maioria dos deputados votou a favor, atendendo ao lobby das grandes empresas de transporte - setor que figura entre os grandes doadores de campanhas. Mas não foi só isso: o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) foi envolvido em um episódio que envolve o pagamento a manifestantes nas galerias da Câmara. O PSOL pediu investigação rigorosa, e Chico fez um pronunciamento.
 
Outro caso emblemático se deu no debate sobre a mineração. Empresas mineradoras e metalúrgicas financiaram a campanha do deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG). Agora, como relator do novo Código de Mineração, o deputado agiu para beneficiar essas empresas. Está lá no artigo 5, Inciso VIII do Código de Ética da Câmara: parlamentar não pode relatar matéria de interesse de seus doadores de campanha. Foi com base nisso que o Comitê Nacional em Defesa dos Territórios frente à Mineração – que reúne entidades da sociedade civil – entrou com representação contra Quintão no Conselho de Ética da Câmara. Chico fez um pronunciamento.
 
Há esperanças, no entanto, de que situações como essa deixem de ser tão frequentes. Uma ação no STF que pretende proibir o financiamento empresarial de campanha já recebeu votação favorável de mais da metade dos ministros da Corte. A vitória - que será histórica! - está sendo barrada pelo Ministro Gilmar Mendes, que pediu vistas e engavetou o processo. Em outra frente, alguns deputados e senadores, tremendo nas bases, já articulam medida legislativa para evitar a sangria nas contas de suas campanhas milionárias. O PSOL está de olho, na luta por um sistema eleitoral mais democrático, em que o poder da grana não dê as cartas.